Teutônia PRO 2022 | 17-20 Novembro

Fórmula 1 do esporte radical barra os menores de idade


A descida mais rápida do mundo – em Teutônia, região central do Rio Grande do Sul – desafia (no asfalto e fora dele) uma dezena de curitibanos.

Na pista, o grupo local tentará a sorte no exótico Campeonato Mundial de Esportes de Gravi­­dade (leia-se “ladeira abaixo”), abrigado este ano, em novembro, na cidade gaúcha. Fora dela, tenta driblar a regra que proíbe menores de 18 anos de competir no evento.

A equipe Cwbombs, frequente nas ladeiras da capital e região metropolitana, vai se arriscar em um circuito natural que pode chegar a 120 km/h. Eles praticam uma modalidade de técnica apurada – o skate downhill.

É uma espécie de Fórmula 1 dos esportes radicais. Em tese, um praticante, em cima do skate, encara um declive. Quem chegar primeiro, ganha.

Uma prática tão arriscada que gerou uma situação curiosa aos competidores, especialmente ao time curitibano. Com cerca de 30 atletas, o grupo perdeu muita gente por uma sutileza no regulamento: só competem atletas nascidos a partir de outubro de 1992.

A organização do evento, com início no dia 4 de novembro, achou melhor barrar quem não responde por seus atos – tudo chancelado pela entidade internacional que comanda o esporte. Foram então exigidos alguns documentos de responsabilização (devido ao risco da atividade) e de liberação de direitos de imagem na competição – pela lei, atos só permitidos às pessoas com maioridade.

Quem não chegou à idade mínima teve de pedir a emancipação civil, dispositivo legal que torna o cidadão acima de 16 anos com vários direitos do adulto.

É o caso de Guilherme Gon­­çalves, o Demon Gui, de 17 anos, que confirmou a participação. “Vários tiveram de desistir da competição por não apresentarem as condições legais”, lamentou.

Quem não poderá participar da etapa é uma das caçulas do grupo, Georgia Bontorin, de apenas 14 anos. “Vou tentar pelo menos descer uma vez ali [por conta e risco, sem validação para efeito da prova]”, avisou a jovem.

Ela começou aos 12 e participou de torneios nacionais, o que rendeu apoio de lojas de skate para meninas. “No começo minha mãe era contra e tentou esconder o skate. Agora, ela fica brava ao saber que teria problemas para participar por causa da idade”, contou.

Mas justamente por não ser uma brincadeira, a prática do skate downhill, além de uma dose de técnica e de coragem, exige os equipamentos de segurança: capacete, joelheira, cotoveleira e luva com casquilho, uma proteção na palma da mão para que o skate siga deslizando com o contato dela no chão. Além disso, para melhorar o equilíbrio, a tábua é mais longa que a tradicional.

Por fim, para quem precisa, é bom procurar um cartório.


Todos os atletas do grupo Cwbombs, de Curitiba, almejam se profissionalizar – o que envolve pontuação no ranking nacional e internacional. O único que já conseguiu é Alysson Sole, 26 anos, um dos “veteranos” da turma que tem gente de 14 a 40 anos.

“Posso ajudar os mais novos ao passar experiência. Comecei no skate pequeno em 2004 e em 2006 passei para o downhill. Curitiba tem tradição no esporte desde o street”, explicou Sole.

Sair do amadorismo garante a possibilidade de patrocínios e viver do esporte. Para os amadores, o que conta são os apoios. É o caso de Juliano Moleta, o Jay Gore, apelido vindo do grind-gore, uma vertente do heavy metal pouco difundida, apreciada por ele.

“A maioria consegue algum apoio. Eu consegui com a prefeitura da minha cidade, Mandirituba”, contou Moleta. (LB)

Para ver a matéria completa inclusive os vídeos, visite a página: http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=1183893&tit=Formula-1-do-esporte-radical-barra-os-menores-de-idade
 
Fonte: Gazeta do Povo
Thiago Nievola Sokalski

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